2012-06-13



2012-01-25

2012-01-24

2011-07-07

Igreja 100 anos

São Mateus da Calheta

100 ANOS DA IGREJA NOVA

Liduino Borba


Primeiro povoador

Os registos mais antigos conhecidos, sobre a freguesia de São Mateus, datam de 1488, cerca de 38 anos após o povoamento, com a entrega de terras a Pedro Anes do Pombal, na zona hoje conhecida por Canada do Pombal. Esse “primeiro” povoador era natural desse lugar continental.
Por volta de 1500, segundo uma lenda, como tal valendo isso mesmo, Inês Álvares, acompanhada do marido, dirigia-se para a missa na igreja de São Mateus, e, ao passar no largo de São Bartolomeu, ouviu levantar a Deus, tendo assim sugerido ao cônjuge a edificação duma igreja ali na freguesia. Se não fosse uma lenda, poderia deduzir-se que já existia uma igreja em São Mateus, Não há quaisquer dados, até ao presente, que provem essa existência.

A Paróquia

Como se sabe, a existência de uma paróquia estava sempre ligada a uma igreja.
No caso de São Mateus, a primeira igreja paroquial foi a Ermida da Luz, que estava a ser construída em 1557, pela família Cota da Malha. Em 1560 foi pedido, e concedido, sacrário para a mesma. Frutuoso identifica claramente esta Ermida como sendo a igreja da freguesia na data em que escreveu “As Saudades da Terra” (1573 a 1585?).
A segunda igreja paroquial foi a chamada Igreja Primitiva, edificada um pouco adiante da Igreja Velha, depois de 1583, no sentido nascente poente, como está a da Luz, não havendo muita informação sobre ela. Esta, funcionou até 1694, data em que começaram as obras da Igreja Velha. Entre 1694 e 1700, os atos religiosos da freguesia decorreram novamente na Ermida da Luz, até à conclusão das obras da Igreja Velha.
Muito se tem especulado sobre a existência da igreja naquele lugar, vendo sempre com os dados do século XX, justificando que a freguesia se desenvolvia lateralmente para norte, esquecendo-se que a Igreja Primitiva foi feita em data que o povoado se começava a desenvolver, e não era nada do que é hoje. Nesta data, cerca de 1580, a freguesia tinha cerca de 180 habitantes, distribuídos pelas Quintas. Ou seja, a igreja não nasceu para a localização da freguesia, que praticamente não existia, nem a freguesia cresceu unicamente para a localização da igreja, embora a Canada do Capitão-mor tenha sido sempre o maior aglomerado populacional até ao século XIX.
A Igreja Velha funcionou entre 1700 e 1893, ano este do grande temporal de 28 de Agosto, que a danificou seriamente. Antes do temporal, já se falava na necessidade de construir outra igreja em lugar apropriado.

A Igreja Nova

A necessidade de uma nova Igreja, que substituísse a Velha, já vinha sendo sentida desde antes de 1890, embora datem dessa época as primeiras referências ao assunto, encontradas no livro de actas da Junta de Paróquia da época. O Padre José Bernardo Corvelo, falecido em 1898, foi o seu mentor, embora tenha sido construída e concluída pelo Padre Manuel Maria da Costa.
Todas as obras foram geridas por uma Comissão Autónoma, presidida pelo Padre Manuel Maria da Costa. O período final das obras (1911) coincidiu com o derrube da Monarquia e a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, época muito conturbada para o poder clerical.
O projecto da Igreja Nova foi da autoria de António Baía Paixão, das Obras Públicas, impulsionado pelo vigário Manuel Maria da Costa que fez os primeiros “rabiscos”.
As cantarias foram extraídas entre a Canada de Entre Picos e a Canada do Capitão-mor, no prédio do Visconde das Mercês, onde foi aberta uma pedreira. As pessoas da freguesia que tinham carros de bois davam um dia por semana para carrear a pedra para a igreja, que descia a Canada do Capitão-mor e “abriu” a nova Rua da Igreja.
Foi no dia 29 de Agosto que se efectuou a primeira compra de cal para as obras, que seriam iniciadas, com a bênção da primeira pedra, no dia 21 de Setembro de 1895, conforme se transcreve: «Sábado, dia de São Mateus. Bênção da primeira pedra da Igreja Nova. O tempo estava muito bom, parecia Verão. Pelas 10 horas e 30 minutos reuniu-se o povo, clero e entidades oficiais na Igreja (Velha) para seguirem em procissão até ao local do lançamento da primeira pedra da Igreja Nova. A procissão, com a imagem de São Mateus, foi presidida pelo Padre Belarmino José da Silva, vigário das Cinco Ribeiras, mas filho de São Mateus.
Foi celebrada missa campal no local da nova Igreja pelo vice-vigário Padre José Bernardo Corvelo. Depois seguiram em procissão, pela nova “Rua da Igreja” acima e Canada do Capitão-mor abaixo até à Igreja (Velha)». No ano do início das obras, a comunicação social local fez eco e elogio a essa grande obra. As obras seguiam um ritmo muito acertado, para a época, porque em 1898, aquando da morte do Padre José Bernardo Corvelo, já «se achava toda lançada e elevada acima do solo, no geral à altura de dois metros, e na frente, incluindo as torres, cerca de cinco metros e oitenta centímetros. (…)».
No decurso da obra, foram vários as ofertas e subsídios recebidos, mas foi a força do povo de São Mateus, liderado pelo Padre Manuel Maria da Costa que fez chegar a obra a bom fim.
Em 1908, Gil Vaz publicou um artigo no jornal “O Tempo” insurgindo-se contra o que chamou “monstruosidade da nova igreja de São Mateus”. Foi na época considerada uma obra de custos superiores aos que a freguesia poderia suportar, nomeadamente para o fim dos trabalhos, que acabaram na época republicana, data muito conturbada para o poder religioso.
Foram vencidas as dificuldades e a inauguração foi marcada para 4 de Junho de 1911, Domingo de Bodo, há 100 anos.
No dia 20 de Março de 1903, faleceu Francisco Machado Pintado, caindo dum andaime, única vítima da obra.
Foi doadora do terreno para a construção da igreja – Mariazinha da Costa – Maria José da Costa, que nasceu em São Mateus a 9 de Julho de 1841, dois anos antes do irmão, Padre Manuel Maria da Costa, foi baptizada a 19, filha de Manuel da Costa Machado e de Maria Cândida da Costa, e faleceu a 3 de Dezembro de 1923, na casa da Capitão-mor que foi propriedade de João Fisher e hoje é de Daniel Ferreira de Borba (Estôpa), com o n.º 74. Era casada com Francisco Bernardo da Costa, que não estava de acordo em ceder o terreno para a construção da igreja. Não tinham filhos.
Os sinos novos só chegaram em 1921 e 22, anos em que foi feita a sua bênção.
Em 1 de Janeiro de 1980, a Igreja Nova foi muito afectada pelo sismo que atingiu toda a ilha Terceira. A reconstrução da Igreja Nova foi a maior obra jamais realizada após a sua construção, envolvendo parte da população da freguesia, a Diocese e o Governo Regional, através do GAR (Gabinete de Apoio à Reconstrução).
As obras de reconstrução foram iniciadas em 1 de Outubro de 1980, adjudicadas à empresa Edimar. Durante as obras, a maioria das cerimónias religiosas decorrerão na sacristia da mesma igreja, do lado da Rua da Igreja. Depois de concluídas, foi feita a inauguração em dia de São Mateus – 21 de Setembro de 1984 – uma sexta-feira.
As obras custaram 54.634.000$00 (Cinquenta e quatro mil seiscentos e trinta e quatro mil contos), segundo o GAR, ou seja, cerca de 273.170,00 euros (Duzentos setenta e três mil cento setenta euros). Metade do custo das obras foi suportada pelo Governo Regional dos Açores e a outra parte pela freguesia. A Diocese de Angra concentrou todas as receitas e despesas.
Houve dois acidentados no decurso das obras: Joaquim Lopes Pereira e Luís Manuel Félix. O primeiro voltou ao trabalho normal, algum tempo depois, por ter sofrido apenas escoriações, e o segundo continua a fazer a sua vida profissional, com um pequeno problema numa perna.
Durante as obras de reconstrução do sismo, foram encontradas as ruínas dos reservatórios da água, captada das beiras da igreja, construídos no seu adro, no tempo do Padre Luís Casimiro, que abasteciam a torneira existente na Ladeira do Passal. Não foram recuperados.
Os bancos que preenchem a Igreja Nova eram da Sé de Angra e estavam armazenados no Seminário, sendo depois transportados para a freguesia.
É a maior e a mais alta igreja rural de toda a ilha e a mais alta dos Açores, com duas torres, medindo 36,20 metros de altura. Cada torre tem seis sineiras, mas a do lado poente não tem sinos e a do lado nascente tem três.
Vitorino Nemésio chamou-lhe a «(…) majestosa “Basílica de São Mateus”».
Em 2008, cem anos depois da chamada “monstruosidade” tornou-se no intocável ex-líbris da freguesia, como aconteceu com outras tantas “monstruosidades” por esse mundo fora.

2011-07-05

S. Mateus vista aérea parcial do porto de pescas e da freguesia


2010-05-18

A luta contra a pobreza

A luta contra a pobreza hoje em dia, é um dos grandes combates da humanidade. Com a globalização económica, pensava-se que as assimetrias sociais seriam facilmente esbatidas mas na realidade elas têm-se agudizado.

O neoliberalismo que inundou quase todo o Globo, tem provocado por um lado uma aceleração económica de alguns países e autênticos desastres em outros que não estavam preparados para receber tão repentinas mudanças.

Infelizmente ao desenvolvimento económico provocado pela globalização, não correspondeu uma melhor repartição da riqueza criada, mas bem pelo contrário, assiste-se cada vez mais a um crescente número de excluídos e marginalizados do sistema.

Constata-se ainda o enfraquecimento da classe média em alguns países e ao seu quase desaparecimento em outros.

A riqueza tem-se concentrado cada vez mais e a pobreza tem-se expandido sem que apareçam mecanismos democráticos que atenuem essas assimetrias.

Cada vez se acredita mais no mercado como regulador de toda a actividade económica e social e assim se vai permitindo o alargamento das desigualdades.

A democracia tem-se esquecido de criar mecanismo, que contrariem pelo menos essa tendência e com o generalizar da revolução tecnológica vamos ter de enfrentar taxas de desemprego, que obrigarão a mudanças estruturais profundas.

O conceito de pobreza pode ser entendido de diversos modos:

- Como carência material; envolvendo as necessidades básicas do quotidiano como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde.

A pobreza afecta uma grande parte da população no mundo, enquanto várias pessoas vivam com muito, outros vivem com menos de um euro por dia ou até sem nada, procurando a sobrevivência naquilo que a sociedade de consumo desperdiça.


Falta de recursos económicos; nomeadamente a carência de rendimento ou riqueza.

Carência Social; como a exclusão social, a dependência e a incapacidade de participar na sociedade incluindo a educação e a informação.

Carência energética para mudar o que não pode ser mudado, falta de auto estima, baixa espiritualidade.

As causas de pobreza resultam de um conjunto de factores, tais como:

Políticos; corrupção, inexistência ou mau funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de oportunidades.

Económicos; exploração dos pobres pelos ricos.

Financeiros; como sistema fiscal inadequado, representando um peso excessivo sobre a economia ou sendo socialmente injusto.

Sócio-culturais; reduzida instrução, discriminação social relativamente ao género e à raça, valores predominantes na sociedade, exclusão social, crescimento muito rápido da população.

Naturais; desastres naturais, climas ou relevos extremos.

Problemas de saúde; pandemias, drogas ou álcool, doenças mentais, doenças da pobreza como sida malária, deficiências físicas.

Factores históricos; colonialismo, passado de autoritarismo politico e por último o factor insegurança; guerras, genocídio e crime.

O facto de haver um elevado número de pobreza no mundo, leva a que esta tenha inúmeras consequências sobre a população.

Fome, baixa literacia, baixa esperança média de vida, doenças, elevada criminalidade, falta de oportunidades de emprego, carência de água potável e de saneamento, emigração, maiores riscos de instabilidade politica e violência, existência de discriminação social contra grupos vulneráveis, existência de pessoas sem abrigo, tráfico de pessoas, prostituição, depressão e adição a álcool e drogas são muitas das consequências da pobreza por todo o mundo e por todas as sociedades que nos rodeiam.

O combate à pobreza é considerado um objectivo social e geralmente os governos dedicam-lhe uma atenção significativa.

Mas é também através das relações sociais que são nesse caso consideradas como um elemento chave, que podemos compreender a pobreza, que é considerada um problema para lá da economia.

Os dez anos de governação Socialista na Região Autónoma dos Açores, trouxe nesta área mudanças significativas, investindo em programas e acções que vieram melhorar e erradicar problemas sociais que existiam na nossa região a nível de habitação, exclusão social, emprego, educação, na criação de melhores cuidados de saúde, etc.

Todos nós em conjunto com o governo e as entidades responsáveis podemos procurar medidas para melhorar o ambiente social e a situação dos pobres.

Estas medidas podem começar, pelo encorajamento à participação politica, à colaboração comunitária e também passar por fazer trabalho social e voluntário.

O voluntariado é um fenómeno imprescindível para uma sociedade que se quer solidária e não apenas de competição e concorrência, sendo o voluntariado a marca, por excelência dos laços sociais, livres e coerentes, como uma grande resposta às diversas e constantes necessidades existentes na sociedade actual que isola, marginaliza e excluiu, mas também deve inserir, reencontrar e reparar.

Ser voluntário é contribuir para a humanização da vida e ao mesmo tempo a melhoria da sociedade no geral, criando e produzindo novos valores e práticas harmoniosas, para transformar o mundo em que vivemos num lugar melhor.

Na época que atravessamos, onde, a informática e o desenvolvimento tecnológico cada vez mais cria relações virtuais, o voluntariado trás aos homens e mulheres do nosso tempo uma proximidade mais fraterna e que através da boa vontade em todos os dias da sua vida, com disponibilidade e descrição exercem as suas competências a favor de um mundo melhor, tentando acabar com este grande flagelo que a todos nós preocupa a pobreza.


Por isso, as politicas implementadas neste sector, pelos Governos do PS nos Açores, são e continuaram a ser as políticas do crescimento, do desenvolvimento e da continuação da melhoria de vida de todos os Açôreanos, continuando sempre mas mesmo sempre a mudar os Açores para melhor.

2009-02-18